Capitulo 18

Não consegui nem por um segundo tirar meus pensamentos de Laura e de todas as vezes que ela deu a entender que gostava de mim. Porra como não percebi? Hoje mesmo ela deu uma boa dica ao dizer que nunca havia reclamado das vezes que fiquei com alguma menina na frente dela. Os braços cruzados, seu olhar sem me encarar e um semblante distante dela eram as evidencias de seus ciúmes. Mas como nunca havia percebido? Como ela conseguiu esconder tão bem por anos e ainda assim, mesmo gostando de mim ainda me ajudava com as garotas com tanta naturalidade. Aliás, nem tanta assim, ela logo dava um jeito de me deixar sozinho com elas, nunca fazia questão de ficar perto de mim quando eu tinha outra pessoa do lado. Claro Luan! Ela te amava idiota!

Em meio á tantos pensamentos quando dei por mim já estava no prédio dela, olhei pra cima e pedi que Deus me desse as palavras certas para conversar com ela, tudo o que eu menos quero no mundo é fazê-lo sofrer mais ainda do que já deve ter sofrido todos esses anos.
Minha entrada já estava liberada e quando entrei no elevador ele pareceu demorar anos até chegar ao andar da Laura, eu estava mais nervoso do que tudo.

Cheguei na porta do apartamento dela e após alguns segundos que toquei o interfone ela apareceu, outra vez de pijama, dessa vez o conhecia bem, eu que havia dado á ela em uma viajem que fizemos, ela havia esquecido o pijama e não queria de jeito nenhum dormir apenas com a minha blusa e então fui quase que obrigado por á lhe dar aquele pijama que nos dias atuais parecia bem mais curto e justo ao corpo dela do que quando o comprei, mas nada que ficasse vulgar nela, na verdade ela estava linda como sempre, porém encarava os mãos outra vez sem me olhar com seu rosto já corado.

Laura: - Entra, antes que alguém te veja e chamem Deus e o mundo pra vir aqui – ela disse baixo e entrei ainda á olhando – Tudo bem?

Luan: - Tudo e com você? – perguntei olhando ela que não parava de mexer em seus cabelos, prova de seu nervosismo contido

Laura: - Tu..tudo

Me sentei no sofá e um silencio constrangedor se formou entre nós como nunca havia acontecido.

Luan: - Senta aqui – pedi apontando para o espaço vago ao meu lado no sofá, toda tímida ela se sentou ao meu lado, porém não me olhou, apenas ficava mexendo na barra do shorts do pijama dela

Laura: - O que te trouxe aqui? –  nossos olhares se encontraram, mas ela logo desviou seu olhar

Luan: - O convite – murmurei e virou o rosto, sabia que ela estava quase roxa de vergonha – Ei – segurei o queixo dela – Olha pra mim – pedi sussurrando e ela continuou com o olhar baixo – Eu fui ver ele só quando cheguei em casa, não pense que passei aquele churrasco inteiro pouco me importando pros seus sentimentos

Laura: - Você nunca se importou Luan, aliás, nunca nem percebeu – suspirou tirando minha mão do queixo dela

Luan: - Então é verdade? – perguntei sentindo um arrepio em todas as partes do meu corpo – Você é apaixonada por mim?

Laura não me respondeu, abaixou a cabeça e quando á levantou me olhando percebi seus olhos completamente marejados, e foi apenas ela piscar para algumas lágrimas serem derramadas, porém ela logo as enxugou enquanto a única coisa que eu sabia fazer era encará-la, não fazia a mínima idéia de como agir.

Laura: - Sempre fui Luan, só você não percebeu – fungou olhando a parede a nossa frente

Luan: - Desde quando Lau? Por que me escondeu isso? Por que não foi sincera comigo? Tantas coisas podiam ser diferentes! – dizia exasperado, e outra vez ela me olhou ainda com lágrimas derramando de seus olhos claros

Laura: - Desde quando Luan? – riu irônica – Desde a primeira vez que fui  brincar na sua casa, desde quando você me dizia que estava apaixonado, todo mês por uma garota diferente, desde quando me entendo por gente eu sinto algo a mais por você – sua voz agora era completamente embargada – E desde o primeiro momento que percebi que esse amor não era só coisa de infância ou adolescência que eu venho tentando te tirar do meu peito – sussurrou com a mão no coração, seu olhar doía em mim ao transparecer talvez um sofrimento de anos -  E por que eu não fui sincera com você? -  enxugou outras lagrimas me olhando – Pelo simples fato de saber que a gente nunca daria certo, por saber que você nunca, jamais vai me ver além da sua segunda irmã, por saber que você não é pra mim e nem eu pra você. Talvez não tenha te contado por isso Luan – colocou a mão em meu pescoço, bem onde havia um chupão de uma loira que eu havia ficado – Você é um homem de todas Luan, porém nunca vai ser meu! -  desceu sua mão vagarosamente do meu pescoço, porém antes que ela estivesse totalmente fora do meu corpo á segurei

Luan: - Não é assim Laura, eu nunca imaginei que você pudesse gostar de mim de outra forma -  coloquei sua mão entre as minhas e ela estava gélida demonstrando seu medo da minha reação

Laura: - Pra que você quer insistir em saber disso ein? Só pra me deixar morta de vergonha diante de você? Só pra me fazer chorar? Esquece isso Luan o que você pensa e sente por mim não vai mudar só por que tive coragem de te dizer um monte de coisas inúteis que guardo comigo a anos, vamos esquecer esse assunto – pedia  enxugando suas lagrimas incessantes

Luan:- Para com isso -  peguei sua mão que estava entre as minhas e levei até a minha boca á beijando de leve – Eu... Desiste dessa casamento Laura. Eu to sentindo algo diferente por você também – Laura arregalou os olhos me olhando e outra vez beijei a mão dela -  Desiste do Fernando, não é ele que você ama, é eu! Vamos tentar, vamos tentar nós dois -  pedi á olhando nos olhos e a percebi arfar, sua boca se abriu em surpresa e ela á fechou sem saber o que dizer, ela ainda me encarava surpresa

Laura: - Você... você ta confundindo as coisas Luan – tirou sua mão das minhas rapidamente – E outra, a gente nunca daria certo. Você só está falando isso por medo de nossa amizade se perder depois dessa conversa – ela dizia com a voz triste e aquilo me cortou o coração, me sentei colado á ela no sofá e firmei meus cotovelos em minha perna á olhando

Luan: - Eu não to confundindo Laura, o que eu sinto por você ta indo além da nossa amizade e isso eu posso te garantir. Eu nunca senti tanta vontade de ser outra pessoa na minha vida como senti vontade de ser o Fernando hoje só pra poder te abraçar, te tocar, saber que você é minha – falei e fui me aproximando, porém ela desviou

Laura: - Para Rafa. Você ta confundindo as coisas e eu e você sabemos disso. Não precisa dizer que gosta da mim apenas por eu ter dito isso á você. Eu só te contei dos meus sentimentos porque quero começar meu casamento sem nenhum peso na consciência, quero começar ele com todos os meus conflitos resolvidos.

Luan: - Eu não to confundindo nada Laura! Quantas vezes vou ter que te falar isso? – bufei passando a mão em meus cabelos – Desiste dessa loucura Laurinha, fica comigo, você me ama cara.

Laura: - E você? – me encarou – Você me ama? – fechou os olhos respirando fundo – Eu sei que não Luan. Não posso desfazer um casamento por algo incerto, por um sentimento que tem dentro apenas do meu peito, não é recíproco tudo o que eu sinto, não vale a pena , a gente nunca daria certo

Luan: - Vamos tentar então? Quem te garante que não Laura?

Laura: - Eu conheço você Rafa, conheço cada centímetro do seu coração, conheço seus gestos, suas atitudes, seu jeito de pensar, de agir – sorriu de cabeça baixa mexendo no cabelo – A gente jamais vai dar certo, você só ta confuso – sorriu triste e me olhou, com toda sua delicadeza passou sua mão por meu rosto com carinho, sua mão pousou em meu queixo e involuntariamente a minha mão segurou á dela ali, estávamos tão próximos que tive que me segurar para não beija-la, sei que estava tudo realmente muito confuso tanto pra mim quanto pra ela – Eu te prometo Rafa, eu vou me casar, vou conseguir ser feliz e vou esquecer esse sentimento que sinto por você e prometo que quando isso acontecer eu vou ser a melhor amiga que você poderá ter -  as lágrimas agora caiam com mais intensidade dos olhos dela, e eu não consegui desprender nossos olhares – Já ta tarde – fungou tirando a mão de mim – Eu vou arrumar o quarto de hospedes pra você, nem louco que você vai pegar estrada á essas horas

Laura se levantou limpando o rosto e deu as costa a mim indo rumo ao corredor. Deus me ajuda! Eu não sei ao certo o que sinto por essa mulher, só sei que eu não posso deixar ela casar, não posso á deixar seguir seu rumo com outra pessoa sem antes tentar á fazer feliz, eu sinto que essa é a minha obrigação, eu tenho que tentar, eu preciso tentar, meu corpo inteiro pede por ela.
Sai da sala indo rumo ao quarto de hospedes, quarto esse que nunca havia ocupado, até porque todas as vezes que dormir na casa de Laura dividíamos a mesma cama. Parei na porta á vendo arrumar a cama para que eu dormisse, não consegui tirar os olhos dela. Tão cuidadosa, tão delicada, tão preocupada comigo desde sempre, tão linda e maravilhosa. Ela me viu á olhar e pareceu se assustar um pouco, sorriu de canto ainda com a cara de choro e veio em direção a porta para ir pro seu quarto, porém, antes que ela passasse por mim segurei o braço dela a impedindo e sem qualquer aviso ou coisa do tipo num impulso do meu peito roubei um selinho daquela mulher que estava me virando a cabeça a dias!

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Laura finalmente se declara para Luan.... Ele agora quer usar esse motivo para que ela desista do casamento, mesmo nao sabendo ao certo o que sente por ela.. e agora ela vai desistir? E esse selinho? Vai virar um beijo? Laura vai ceder?