Capitulo 30

Outra vez estava tudo bem entre eu e Fernando, depois de nossa conversa ontem, bem mais calmos ainda saímos para uma lanchonete próxima a casa dele onde conversamos e nos divertimos como não fazíamos a algum tempo, hoje, terça feira pelo horário do almoço Fernando me ligou avisando estar indo fazer uma viajem rápida a trabalho, mas que amanhã pela manhã já estava de volta. Estava no horário do recreio quando recebi a ligação da minha mãe.

Flávia: - Filha meu amor, como você está?

Laura: - Ah, to indo mãe

Flávia: - Com essa voizinha, nem parece que se casa no fim dessa semana – disse desconfiada

Laura: - Muita coisa se passando pela cabeça mãe. E meu pai como ta?

Flávia: - Reclamando da tua ausência né filhota. Até ver seus pais postiços em Londrina você foi e a gente que é bom nada né dona Laura? – disse rindo, ela costumava chamar Amarildo e Marizete de meus pais postiços

Laura: - Desculpa mãe, fui intimada pela Bruna, sabe como ela é persistente – ri – Mas o que devo a honra de sua ligação?

Flávia: - Tenho um pedido pra te fazer, mas não quero atrapalhar seus planos. Tem algum compromisso pra essa noite?

Laura: - Não o Fernando teve que viajar, só o de sempre mesmo, estudar e estudar – ri desanimada

Flávia: - Sua tia Roberta nos ligou pedindo pra olharmos a Julinha essa noite pra ela ir á um jantar do escritório do seu tio, mas eu e seu pai temos um coquetel da empresa pra irmos, não vai dar pra ficar com ela, será que você faz esse favorzinho á sua tia? É só por algumas horinhas e assim que terminar ela passa ai

Laura: - Faço sim mãe, avisa á ela que pode ficar tranqüila, chego as seis em casa tudo bem? Agora tenho que desligar que o recreio dos meus pequenos acabou.

Flávia: - Você e esse seu amor por crianças – riu – Vai lá filha e muito obrigada pela ajuda
Laura: - Sem problemas, beijo.

Julinha era minha priminha de apenas três anos e meio, ela era a caçula da família e eu á adorava, apesar dela mais parecer um foguete de tão inquieta que era, tenho certeza que ela é uma criança imperativa, mas apesar disso não tem como não se encantar por sua fofura, mesmo que fique impossível de eu estudar com tanta animação que ela tem.

Voltei para meus aluninhos que depois de tanto brincarem estavam mais quietinhos devido ao cansaço, o tempo passou rápido e quando vi já estava na hora de ir embora. Como era perto de minha casa eu optava por ir de a pé para refletir um pouco, e enquanto andava pelas calçadas já movimentadas dali ouço meu celular tocar em minha bolsa, o peguei e vi que era Luan. Atender ou não? Eis a questão, porém ates que eu raciocinasse em minha decisão ouço uma buzina que me assusta, conhecia-a perfeitamente, olhei ao meu lado e vi o carro de Luan andando lentamente me acompanhando e assim que o vi ele parou. Respirei fundo pensando no que aquele sem noção fazia ali e entrei rapidamente no carro, não queria que nenhuma das minhas colegas de serviço me perguntassem o por que do meu amigo famoso me pegar no trabalho.

Laura: - O que você ta fazendo aqui Luan? Ta louco? Você tem show hoje!

Luan: - É aqui no estado mesmo, com o jatinho em menos de quarenta minutos to lá. E oi pra você ta,bem dona Laura – falou irônico e o olhei, ele estava lindo, calção xadrez, camiseta colada preta, boné para trás, tênis  e mesmo começando a escurecer permanecia com os óculos escuros

Laura: - Louco! Já pensou se o Fernando viesse me buscar e te visse aqui?

Luan: - Eu ia lá dar um beijo no belo par de chifres dele – gargalhou e o bati o fazendo rir mais – Vim aqui por um único motivo Laurinha - me olhou rápido

Laura: - Qual?

Luan: - Te mostrar uma composição minha, nova

Laura: - E não podia ser por telefone como sempre fez?

Luan: - Não, quero ver sua reação dessa vez – riu e o olhei sem entender

Laura: - Eu acho melhor você acelerar essa joça que a Julinha deve estar me esperando pra ficar com ela  – falei sem graça já que ele me olhava

Luan: - Joça? Cê ta andando de conversível e chamando meu jabuticaba de joça? – perguntou indignado e ri

Laura: - Sério Luan, tenho que ficar com a Julinha hoje, não posso me atrasar.

Luan: - Vai ficar com a mini terrorista? A filha da sua tia Roberta? – perguntou assustado e ri do apelido para Julia, porém o dei um tapa na coxa o fazendo rir – Da ultima vez que vi ela eu quase morri, ela não para um segundo, e agora que deve ta falando? Ta louco, tenho dó da sua tia

Laura: - Para Rafa – ri – Ela é uma criança, não tem culpa de ter tanta energia

Luan: - Bota energia viu? – riu estacionando na garagem do prédio – Eu, você, uma composição e a mini terrorista? Isso não vai dar certo – fez careta e riu ao pegar seu violão

Fomos pro elevador enquanto ele não parava de tagarelar sobre minha priminha que aliás, da última vez que eles se viram, deu um verdadeiro chá de cansaço em Luan o que fez nossas famílias rirem. Me olhava no espelho do elevador, arrumando meu cabelo quando Luan me abraçou por trás me puxando com força pra ele.

Luan: - Cê ta linda sabia? – perguntou após beijar meu ombro

Laura: - Me solta Luan

Luan: - Só com um beijo – riu sapeca e me virou pra ele

Laura: - Para com isso! Aqueles selinhos e o beijo foi um erro que não vai voltar a se repetir

Luan: - Tem certeza? – perguntou me prensando na parede

Laura: - A..abso.. – me tirando todos os meus sentidos Luan começou a beijar meu pescoço, seja forte Laura, por seu casamento – Para agora Rafael, sério! – pedi usando todo o meu autocontrole e ele me soltou suspirando, mas apenas fez isso por conta do elevador que se abriu

Luan: - Ê Laurinha, cê ainda vai ser minha, muié

Laura: - Sua amiga Luan, apenas isso e mais nada!

Luan: - Sabe de nada inocente – riu

Entramos em meu apartamento e a primeira coisa que fiz foi me desfazer da minha bolsa e da  minha sapatilha enquanto amarrava meus cabelos em um coque frouxo e procurava algo pra comer, o interfone tocou e com toda certeza era minha tia. Luan intrometido e abusado como sempre abriu a porta e ouvi falar rapidamente com minha tia que disse estar atrasada, nem tive tempo de á cumprimentar, quando cheguei a porta Julinha já estava nos braços de Luan que carregava ela e uma bolsa, certamente com as coisinhas dela

Julinha: - Laulinha, Laulinha, xodade Laulinha – pulava no colo do Luan erguendo os bracinhos pra mim

Laurinha: - Eu também meu amor – a peguei no colo enquanto Luan nos olhava – Tudo bem minha princesa?

Julinha: - Tudo – dizia fazendo sinal de querer ir pro chão, a coloquei no carpete da sala e logo ela com seus passinhos tortos foi rumo a mesa central pegar as coisas ali em cima

Luan: - Não mini... – a olhei séria  antes que ele falasse merda e ele gargalhou – Julinha, não pode, faz dodói – disse tirando o enfeite de vidro da mão dela

Julia não o deu ouvidos e foi rumo aos meus porta retratos tentando os pegar, fui mais rápida e puxei o porta retrato da mão dela que tentou outro, Luan á pegou é colocando no alto em seu colo dizendo que não podia enquanto ela fazia esforço pra ir pro chão e eu tirava qualquer “ameaça” das áreas onde ela alcançava.

Julinha: - Fome, julinha ta com fome – disse passando a mão na barriga e Luan riu

Luan: - Eu também to, bem que a gata da prima Laurinha podia fazer uma comidinha pra nóis né?

Laura: - Não sou tua escrava Luan – falei séria e ele riu dando um tapa na minha bunda pra eu seguir pra cozinha, porém Julia que ainda estava no colo dele parece não ter gostado muito da sua atitude já que começou a puxar seus cabelos

Luan: - Laura, Laura ajuda aqui ta doendo – falava tentando tirar a mãozinha dela do seu cabelo enquanto eu ria – É sério me ajuda cara isso dói – falava desesperado e fui até ele para soltar seus cabelos da mão de Julia que o olhava com raiva e logo quis descer do colo dele

Fui fazer algo para comermos enquanto Luan ficou na sala vigiando Julia que queria escalar nas coisas, tenho que agradecer Luan por ser tão paciente, as vezes ouvia a risada dos dois e ficava feliz, pois mesmo Julia dando trabalho Luan ainda agia com toda calma do mundo com ela. Fiz apenas um macarrão rápido e fui até a sala os chamar para comer, eles estavam silenciosos o que era estranho vindo dos dois teimosos, mas ao chegar na sala foi impossível não imaginar um futuro de sonhos.

Luan estava deitado no carpete e ela tinha a metade do corpo sobre o peito dele, quase dormia enquanto Luan conversava com ela e lhe fazia carinho. Foi impossível não imaginar a cena com Luan e uma filha daqui a alguns anos e como eu queria fazer parte dessa família.  Fechei meus olhos expulsando tais sentimentos, porém não resisti a tirar uma foto dos dois tão lindamente ali.

Laura: - Crianças, a comida ta pronta – falei rindo e Luan me olhou com um sorriso lindo pegando Julia nos braços e a levando para a sala de jantar, servi Luan que dizia que ele que iria dar comida pra ela – Luan deixa que eu faço, sabe como minha tia é chata com roupas, se esse molho manchar a blusinha dela eu to ferrada

Luan: - Cala a boca Laura, eu sei o que eu to fazendo – disse rindo e colocou o pano de prato sobre a roupa dela

No começo ate que ele deu a comida certinho, porém Julia logo começou a fazer bagunça com o macarrão e tive que o ajudar nos fazendo gargalhar. Após o jantar com muito esforço tentava fazer Julia dormir, minha tia era rígida com os horários e não sei como ela conseguia a fazer dormir as sete, Luan ria de mim e dizia que eu era fraca e não tinha jeito com a minha prima que apesar de sonolenta insistia em ficar com os olhos abertos

Luan: - Dá ela aqui – disse depois de ficar quase meia hora sentado me assistindo tentar  fazê-la dormir

Á entreguei a Luan e ele logo saiu andando com ela pela casa enquanto cantava me fazendo sorrir do carinho que ele tinha com as crianças. Fui lavar a louça e alguns minutos depois o vi chegar na cozinha.

Laura: - Conseguiu? – perguntei surpresa

Luan: - Eu sou foda né Lauroca? – riu convencido

Laura: - Deixa eu ir ver se você colocou os travesseiros certinhos na minha cama pra ela não cair
Ia passar por ele, porém ele segurou meu braço e me fez olhá-lo

Luan: - Viu como somos uma dupla infalível juntos? – ergueu a sobrancelha e riu – Viu, como que até com uma mini terrorista conseguimos lidar quando estamos juntos?

Laura: - Para de chamar a menina assim Luan – perguntei tentando desviar o assunto

Luan: - Você sabe que esse vai ser seu futuro não sabe? – me olhou nos olhos – Uma filha pra cuidar, casa, trabalho e sabe que ela pode vir muito mais teimosa que a Julia né? Você quer enfrentar tudo isso que enfrentamos agora com sua prima com alguém que você não ama pela sua vida toda? Quer ter que cuidar de uma filha com um cara que não há sintonia entre vocês dois?  Você viu o tanto que deu certo a gente juntos com essa criança, já parou pra pensar que isso poderia ser eu e você e um filho nosso daqui a uns anos, e o quanto seria bom? Mas e se fosse você e o Fernando? Acha que seria tão bom de passar momentos assim com quem não ama pela sua vida toda?

Laura: - Para de exagero Luan – pedi sem olhá-lo, sabia que suas palavras tinham verdade

Ouvi-o respirar fundo e outra vez me prensou na parede

Luan: - Não vai cair na tolice de tentar viver com quem não ama. Eu to aqui de corpo e alma e coração pra você, fica comigo Laura, por favor? – colou nossas testa e senti minha respiração ficar ofegante – Nem que seja por uma noite – sussurrou e fechei os olhos sentindo um arrepio em cada milímetro do meu corpo

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Que fofo eles com a Julinha né gente, Luan todo paizão e a Laura babando neles.. hummm será que rola um beijo?
Amores estou indo viajar daqui a pouquinho, mas a Bianca vai continuar postando pra vocês!