Capitulo 203

Médico: - Você está grávida! - falou agora abrindo um sorriso

Não consegui processar direito o que havia acabado de escutar, acho que eu estava sonhando, ou tendo alucinações, não era possível eu estar grávida.

Laura: - Como assim? Não pode ser! - foram as únicas palavras que sairam da minha boca

Médico: - Pode sim Laura, e você não está grávida, está grivadíssima! Seus hormônios estão super alterados, não tem como estar errado o resultado

Eu ainda estava em estado de choque, não conseguia esboçar mais nenhuma palavra, então Luan depois de sair de seu próprio transe s manifestou

Luan: - Doutor é seguinte, a Laura... ela não pode engravidar... ela não ovula sabe... temos dois filhos, gêmeos, que nasceram a partir de um tratamento – falou nervoso passando a mão nos cabelos

Médico: - Certo, entendo perfeitamente o caso – falou mais serio – Não sei se o médico que a acompanha chegou a comentar com você que, há casos em que a mulher depois do tratamento, ovula normal

Laura: - Falou – sussurrei – Mas fiz exames depois de ter meus filhos e eles apontaram que eu não estava ovulando

Médico: - Mesmo assim existe risco de vir a acontecer, meses ou anos depois e provavelmente foi o que aconteceu com você – sorriu – Sei que é um choque, pelo que percebo voes não esperavam e nem planejavam mais filhos, mas se Deus hes enviou mais esse presente, você só tem a agradecer

Assentimos somente, eu assim como Luan estava com os pensamentos confusos, perdidos, esperava acordar e ver que tudo não passou de um sonho. O médico me receitou algumas vitaminas e pediu que procurasse meus obstetra o quanto antes, para dar inicio ao pré-natal, apenas concordei, assinei minha alta e sai daquele hospital ao lado de Luan. Quando entramos no carro resolvi quebrar o silencio

Laura: - Eu não sei como isso foi acontecer, mais um filho? Logo agora? - falei chorosa

Luan: - Estou tão assustado quanto você Laura – falou prestando atenção no transito – Foi obra de Deus, não tem outra explicação

Laura: - Eu sei, só não entendo o porque agora! - falei triste

Luan: - Nunca entendemos os planos de Deus de imediato, mas um dia iremos entender – falou dando de ombros ainda sem me olhar

Chegamos em casa e dona Mari veio toda preocupada nos encontrar na porta, olhei para Luan e ele entendeu que ficaria a critério dele, contar agora sobre a gravides ou esperar. E sem delongas ele contou a mãe, que sorriu boba, nos abraçou dando parabéns e a notar que não tínhamos animação, falou que aos poucos as coisas de ajeitariam e quem sabe essa criança fosse o que precisamos para se acertar de vez. Sorri de leve e dei a desculpa de estar cansada, dei um beijo nas crianças e subi para meus quarto, tomei um banho quente e demorado e me permiti derramar todas as lágrimas que segurei desde quando recebi a noticia que seria mãe novamente.

A dor em meu peito chegava a ser sufocante, agora sim minha vida estava de pernas pro ar e meus sentimentos todos revirados. Uma criança, um filho, mais um fruto do amor entre eu e Rafa, porque agora? Porque tinha que ser assim? Eu não sabia o que seria da minha vida daqui pra frente, eu precisava por minha cabeça no lugar, meus sentimentos em ordem. Desliguei o chuveiro e fui ao closet, coloquei um pijama e desci, não vi ninguém na sala, mas ouvia conversas vindas da sala de jantar, fui até lá e vi meus filhos jantando com o pai, assim que me viram sorriram e me chamaram para comer com eles, apesar de não estar com muita fome, não recusei, agora eu tinha que pensar em outro alguém que estava aqui, dentro da minha barriga

Jantamos em um clima estranho, as crianças falavam sem parar, era muito pequenas e não entendiam nada do que estava acontecendo, eu e Luan apenas interagíamos com elas, sem falar um com o outro, e aquilo me deixava cada vez mais incomodada, desde que descobrimos a gravidez, ele não tocou não assunto, não dirigiu nenhuma palavra a minha pessoa e parecia com os pensamentos longe. Confesso que estava sentindo falta do meu Rafa, sempre brincalhão, fazendo graça pra mim e para os filhos. Quando me levantei para lavar a louça e arrumar a cozinha, Rafa não deixou, apenas disse que ele cuidaria de tudo e que é era para eu descansar. Não disse nada, apenar concordei e levei as crianças para escovar os dentes e deitar.

Meus filhos deram um pouco de trabalho para dormir, mas no fim acabaram sendo vencidos pelos cansaço. Voltei para o meus quarto e deitei na cama ligando a TV, minutos depois Rafa apareceu na porta

Luan: - Oi – falou sem graça – Se sentir alguma coisa durante a noite – coçou a cabeça – Pode me chamar

Laura: - Estou bem – falei sorrindo fechado – Mas pode deixar que qualquer coisa te chamo – ele assentiu com a cabeça e quando ia sair o chamei – Luan!

Luan: - Fala – ele parou e olhou pra mim

Laura: - Acho que a gente precisa conversar – falei sem graça – Sobre o que tá acontecendo e essa gravidez

Luan: - Hoje não Laura! - falou seco e saiu fechando a porta, sem ao menos me dar tempo de falar alguma coisa e aquilo me atingiu de uma forma que não imaginei que atingiria

Comecei a chorar descontroladamente, eu não acreditava no que estava acontecendo, no que eu mesma fiz com minha vida, e com a vida dos meus filhos, eu era uma burra, uma egoísta e agora estava sofrendo as consequências.

Demorei a pegar no sono, meu choro parecia não cessar mais e talvez pelo cansaço, acabei dormindo. Acordei com os raios de sol entrando pelo quarto, olhei as horas e já passavam das 9 da amanhã, merda! Perdi a hora e estava atrasada pro trabalho, antes de me levantar, lembrei da minha conversa com Claudia a três semanas atrás e da minha promessa a ela que seguiria seus conselhos, acho que chegou a hora de segui-los. E a primeira coisa que fiz, foi ligar na escola e avisar que hoje não iria trabalhar, levantei e tomei um banho, depois liguei para a clinica onde meu obestetra doutor Airton atendia, graças a Deus consegui um caixe ainda hoje com ele, uma paciente havia acabado de desistir. Desci para sala e Luan assistia desenho sozinho

Laura: - Bom dia – falei baixo

Luan: - Bom dia – respondeu me olhando – Ta se sentindo bem?

Laura: - Estou sim – suspirei – Cade as crianças?

Luan: - Foram pra escolinha, levei eles cedo – deu de ombros e voltou a ver TV

Laura: - OK, vou tomar café, você já tomou?

Luan: - Já – respondeu seco

Suspirei e fui para a cozinha, conversei com dona Salete e contei a novidade a ela, que ficou radiante e sorri tentando demonstrar que estava feliz com minha atual condição, era pecado eu sei, não que eu estivesse rejeitando meu filho, mas é que ainda estava confusa, a ficha não tinha caído. Terminei meu café e volte para a sala

Laura: - Luan – o chamei e ele me olhou de lado – Consegui marcar consulta para daqui a pouco com doutor Airton

Luan: - Que horas?

Laura: - As onze, vou subir pra me arrumar – falei indo em direção a escada

Luan: - Eu vou com você – falou levantando do sofá e vindo em minha direção com olhar perdidos

Laura: - Não precisa – falei com os olhos marejados

Luan: - Precisa sim – falou alto – Sou o pai desse bebê, e assim como foi com Miguel e Nic, vai ser com esse também, quero participar de tudo, mesmo que não estejamos juntos

A ultima frase dele acabou comigo, e aquele buraco enorme e dolorido voltou a se abrir em meu peito, subi as escadas correndo enquanto as lágrimas tomavam conta do meu rosto. Finalmente meus sentimentos começavam a entrar em ordem, eu estava percebendo aos poucos que eu ainda amava meu marido, e que nesse momento mais que tudo na vida, eu o queria ao meu lado, sentindo seu abraço, seu cheiro e seu gosto.

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Desculpem a demora pra postar amores, mas estavamos sem tempo e eu com a mão imobilizada, inda estou mas to aqui tentando escrever pra vocês... desculpem o cap pequeno, estava sem inspiração e desculpem os erros de portugues tbm! 

E ai Laura grávida, mas Luan a trata como se não fizesse diferença, e agora hein?

Bjos Lizi