Capitulo 117

*Laura Narrando

Cheguei em casa já na parte da tarde, meu pai me perguntou se eu já havia feito as pazes com o Luan, ele sabia que iria me irritar fácil com esse assunto e fez de propósito tentando puxar o saco do genro.
Entrei no meu quarto com minhas compras e antes de guardá-las fui interrompida pela ligação de Bruna.

Bruna: - Ei, quando vem me visitar ein? Agora que ta noiva só lembra do Luan! – fez manha assim que atendi e ri negando

Laura: - Que vê acredita né Bubuzinha?! Olha, prometo que até o fim do mês eu vou ai te fazer uma visitinha.

Bruna: - Acho bom! Minha mãe ta louca de saudades das nossas tardes na piscina.

Laura: - Eu também estou, juro. Por mim ia hoje mesmo, mas amanhã é segunda, coisa ta corrida pra mim no meio da semana.

Bruna: - Imagino. Mas e você e o Luan? Já se acertaram? – perguntou rindo

Laura: - Ai! Nem me lembre do idiota do seu irmão! – bufei

Bruna: - Ele foi viajar com cara de madalena arrependida. – riu – Mas te garanto, a ressaca que ele ta hoje já é a sua vingança pelo bolo que ele te deu.

Laura: - Bem feito!

Fiquei conversando com Bruna pro mais uns quinze minutos, até meu pai bater na porta com um sorriso sapeca no rosto.

Laura: - O que foi? – perguntei desconfiada

Paulo: - Meu genrinho é o melhor, não sei por que ainda ta bicuda com ele sua bicudinha! – falou rindo

Laura: - Ai pai! Quando você quer ser implicante você consegue ein! – falei arregalada e ele gargalhou

Paulo: - Não esquece que você puxou isso de mim – colocou língua divertido – Meu genrinho te mandou um presente sua bicuda, vem cá na sala ver

Revirei meus olhos e foi impossível não rir do meu pai, o conhecia bem e agora demoraria para ele parar de me chamar de bicudinha.

Fui até a sala e não vi minha mãe, meu pai disse que ela foi comprar algumas coisas para fazer um prato diferente na janta. Dei de ombros e vi o enorme embrulho em cima do sofá. Peguei o cartão e vi que era de Rafa, porém não dizia nada além disso. Desfiz o laço azul e abri a caixa me deparando com um lindo vestido requintado. Sobre ele havia outro cartãozinho, e assim que o peguei não contive um pequeno sorriso, mesmo brava Rafa sabia como me ganhar aos poucos.

"Feliz um mês para nós dois do que vem sendo uma das melhores fases da minha vida graças a você. Esse vestido é pra você usar na terça, no restaurante de sempre em um jantar que vou preparar para nós dois, como meu pedido de desculpas oficiais por ontem. Já estou morrendo de saudades e louco pra te ver vestida nele. Te amo!"

Olhei meu pai e ele lia o bilhete curioso o que me fazia rir.

Paulo: - Esse menino tem a lábia! – falou sem se conter e eu cai na risada – Queria eu ter tido essas idéias quando fazia alguma bobagem com a sua mãe. Como eu não pensei nesse tipo de coisa? – falava indignado com si mesmo o que me fez rir mais ainda

Laura: - Só você mesmo pai. – ri deitando com a cabeça em seu ombro

Paulo: - E você vai nesse jantar né? – perguntou mais afirmando do que questionando

Laura: - Vou pensar no caso dele – me fiz de difícil e meu pai semicerrou os olhos me olhando repreendo – Ta pai, vou, eu vou! – dei-me por vencida rindo – Isso tudo é medo que eu fique de mal com o Luan, desista do casamento e você não se livre de mim?  - ri

Paulo: - Claro que não. É por que sei que ninguém no mundo te arranca um sorriso tão grande e esse olhar tão apaixonado como ele. Mesmo que ainda esteja bicuda, ele sabe como domar a fera. – falou rindo e eu escondi meu rosto no peito do meu pai que me abraçou – É. Você cresceu mais rápido do que imaginei Laura! – falou pensativo – Saber que vou te levar pro altar em breve me dá uma sensação estranha – fez careta e eu ri

Laura: - Com coisa que já não passamos por  isso né pai.

Paulo: - Mas foi diferente – me olhou – No fundo, todos nós sabíamos que você não amava o Fernando, e lá no fundo eu ainda torcia pra que você desistisse daquela loucura. Dessa vez vou te levar pro altar com a certeza de que você e o seu futuro esposo se amam, e isso me causa uma sensação de alivio incrível.

Laura: - Você e essa sua mania de puxar o saco do Luan – fiz careta e ele riu

Paulo: - Ah para vai bicudinha, Amarildo e Marizete também só faltam te colocar no colo – riu e eu coloquei língua pra ele

Fiquei na sala com meu pai conversando e rindo, as vezes ele me contava velhas historias de sua adolescência o que me arrancava risadas, logo minha mãe chegou e enquanto eu e ela cozinhávamos meu pai pegava no nosso pé me fazendo rir e minha mãe as vezes se estressar. Meu pai apesar de sua postura séria perante a maioria, jamais perdia seu lado criança, e isso era o que eu mais amava nele.

Por volta das nove tomei um banho e cai na minha cama, peguei meu celular que havia deixado todo esse tempo carregando em meu quarto e vi que havia uma mensagem de Rafa perguntando se eu havia gostado do presente e me informando a hora de nosso jantar. Ele tentou puxar assunto na mensagem, porém não dei bola e só respondi com um seco agradecimento pelo presente e dizendo-o que quem fosse que escolheu meu vestido tinha bom gosto.

Coloquei meu celular embaixo do travesseiro, não esperava uma resposta dele, com certeza estaria já no camarim. Peguei meu novo livro e quando o abri outra vez meu pai apareceu na porta do meu quarto.

Paulo: - Bicudinha? O show do seu amorzinho hoje é aqui perto. Se quiser ir ainda dá tempo, eu te levo! – falou segurando e riso e ouvi minha mãe gritar do quarto um “deixa a menina em paz”

Laura: - Vai você, aproveita e tenha dois filhos e um cachorro com ele – falei irônica e ele gargalhou entrando no quarto

Paulo: - Não demora a dormir – beijou minha testa – Amanhã você acorda cedo pro trabalho

Respondi apenas com um “ta” e ele se virou se retirando do meu quarto o que me fez sorrir, ele nunca perdia a mania de me mandar dormir cedo.

Li algumas poucas páginas do meu livro e meu celular tocou, ainda entretida nem vi quem era e atendi a ligação.

Luan: - Amor? – perguntou certamente surpreso por eu ter o atendido na primeira chamada

Laura: - Que? – perguntei grossa

Luan: - Nossa. Liguei só pra saber como você ta.

Laura: - Tô bem – fiquei em silencio e ele também, respirei fundo e contra minha vontade o perguntei – E você? Ta com dor de cabeça ainda?

Luan: - Um pouco. Mas a dor pior mesmo ta em ver o jeito que você ta me tratando – falou tristonho e suspirei

Laura: - Não era pra menos né! Você aprontou e feio!

Luan: - Eu sei princesa, desculpa – suspirou e ficou em silencio por alguns minutos – A Claudia e o namorado acabaram de sair daqui, queria que você tivesse com eles

Laura: - Eu iria, se você não tivesse me feito de idiota.

Luan: - Amor, descul...

Laura: - Ta, ta Rafa! – bufei nervosa – Já pediu desculpas, já viu como eu tava, agora vou desligar. Tchau

Luan: - Espera! Você vai terça no jantar né?!

Laura: - Vou Rafa. – respirei fundo fechando os olhos, aquela voz de cachorro sem dono dele me atingia de uma forma que ele sabia e fazia de propósito. – Agora tchau.

Luan: - Boa noite princesa. Te amo viu?

Laura: - Ta tchau – falei rápido e ouvi sua risada ao fim

Luan: - Não precisa ser grossa amor, cê já ta me chamando de Rafa, metade da raiva já passou – riu de leve e revirei os olhos. Filho da mãe! Por que ele tinha que me conhecer tão bem?

Laura: - Você que pensa! Bom show e tchau. Insuportável – murmurei bicuda e ele riu, estava encerrando a ligação e ouvi ele outra vez  dizer um “eu te amo”

Desliguei e ri sozinha. Rafa e sua mania de me conhecer melhor do que a mim mesmo, porém mesmo que um pouco da minha raiva houvesse se passado, ainda sim não daria mole á ele. Não dessa vez!

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E esse presente? E o jantar será que Laura vai mesmo? E Luanzinho esta todo arrependido e morrendo de medo de Laura não perdoar ele, e agora hein?