Capitulo 149

* Laura narrando

Eu não estava com raiva do Luan, eu estava era magoada pelas coisas que ele me falou, por ter desconfiado de mim, mesmo ele estando presente e visto que não fiz nada demais, mais uma vez ele deixou o ciúme o cegar. Foi grosso, machista e autoritário e ainda se achava na razão. Para não piorar as coisas decidi ir pra casa da minha sogra, conversar com minha melhor amiga, a minha cunhada, afinal era os únicos parentes que tinha ali em São Paulo.

Laura: - Entendeu Bru, não fiz nada demais – terminei de contar a ela o que tinha acontecido no programa

Bruna: - Realmente meu irmão tá pirado hein, não tem porque desse escândalo todo – falou indignada – Mas será que não é porque ele anda estressado Laura?

Laura: - E precisa descontar em mim? - perguntei triste – Juro Bruna que não fiz nada, eu ria porque estava nervosa com a situação e não da cara dele

Bruna: - Eu sei cunha, mas sabe como meu irmão é cabela dura, daqui a pouco ele se arrepende e vem atrás de você!

Laura: - Não sei Bru, hoje antes de sair de casa ele ainda estava grosso e se achando o dono da razão – suspirei – Sai pra gente não brigar mais

Bruna me dava colo e tentava me confortar com palavras, ela disse que me entendia, mas que entendia o irmão também, e concordou comigo que as vezes o ciúmes dele passava dos limites, pois ela mesma sofria com os “cuidados” exagerados dele. Depois de algum tempo dona Marizete nos chamou para tomar café, recusei porque não estava com fome, apesar de não ter comido nada o dia todo, só tomado um copo de suco de laranja natural. Mas minha sogra insistiu e com aquele jeitinho de mãe me convenceu a comer, acabei contando toda a historia a ela também enquanto tomávamos café.

Marizete: - Olha Laura acho que você tem razão, Luan exagerou mesmo no ciúmes, quando se trata de você, ele chega a ficar cego – disse pegando minha mão sobre a mesa – Mas tenha paciência com ele, você vai ter que ajudá-lo a controlar isso

Laura: - Mas como dona Mari? - perguntei – Ele já vem falando cheio de razão, de autoridade, não me da chance nem de explicar, isso que dessa vez ele estava lá, agora não posso mais chegar perto de homem nenhum?

Marizete: - Luan sempre foi explosivo Laurinha, você melhor que ninguém sabe disso – sorriu me olhando – Sei que meu filho não é fácil, e você vai ter que mostrar pra ele que não tem porque ele se preocupar de você estar perto de outros homens, ele tem que confiar em você!

Laura: - E quantas vezes já mostrei isso, ele mais do que ninguém sabe o quanto eu o amo, o quanto só tenho olhos pra ele, desde a minha adolescência, nunca dei motivos pra desconfiar de mim – falei chorosa

Marizete: - Eu sei minha filha, qualquer um vê em seu olhar o quanto o ama – fez carinho em meus cabelos – E ele sabe disso também, só ficou inseguro, deve estar estressado com o trabalho e acabou sem querer juntando tudo e descontando em você

Laura: - Toda vez que ele estiver estressado vai sobrar pra mim? - enchi meus olhos de lágrimas – Eu não merecia ouvir as coisas que ele disse Mari

Marizete: - Eu sei Laura, mas casamento é isso minha filha, a gente tem que lidar com os defeitos também, não to dizendo que ele tá certo, e nem que você tem que aceitar que ele seja assim, mas as vezes temos que baixar a guarda e deixar a poeira baixar – falava calma – Revidar, brigar é pior, sou casada a 27 anos e tenho experiencia, vai passar minha linda, tenha calma

Laura: - É complicado Mari – suspirei tentando não chorar – Mas vou tentar seguir seus conselhos – sorri pequeno – Obrigada por me ouvir e sempre ter uma palavra pra me ajudar – a abracei apertado

Marizete: - Sabe que pode desabafar comigo sempre que precisar – sorriu sincera depois do nosso abraço – Vou estar sempre aqui, pra ajudar no que for preciso

As horas de passaram e conversando com elas, nem vi o tempo passar, consegui me distrair e por alguns momentos esquecer minha briga com Luan, dona Mari e seu Amarildo me obrigaram a jantar com eles, diziam que se eu voltasse pra casa sem comer, eu provavelmente não comeria mais antes de dormir, e eles estavam certos, eu não tinha fome nenhuma. Lembrei que Luan não sabia cozinhar e na certa comeria besteira no jantar, então pedi para Marizete arrumar uma pequena marmita pro filho, sabia o quanto ele amava a comida da mãe e sentia falta também. Me despedi deles já perto das dez da noite e fui pra casa.

Cheguei e Luan assistia TV na sala, com um pote de pipoca no colo e uma cerveja na mesinha de centro, como imaginei, esse deveria ser o jantar dele. Assim que entrei ele me olhou serio, mas não falou nada.

Laura: - Trouxe janta pra você, sua mãe mandou – falei já indo pra cozinha, onde arrumei o prato dele e esquentei no micro-ondas, deixei o prato com os talheres arrumados na bancada da cozinha e fui para meu quarto tomar um banho

Mesmo que eu estivesse magoada com ele, não conseguia o deixar sem comer, ou deixar de cuidar dele, apesar de tudo eu o amava, era meu marido, e essa era apenas uma das brigas que ainda viriam ao longo do nosso casamento, como disse minha sogra. Coloquei um pijama fresco, fazia calor em São Paulo, não era pra menos, já estávamos no final de novembro, desci e Luan terminava de comer

Luan: - Jantou? - perguntou sem me olhar

Laura: - Já – respondi seca enquanto ajeitava a bagunça na cozinha que ele havia feito durante o dia

Luan terminou de comer e deixou o prato na pia, sem nem olhar pra ele já peguei e lavei o que ele havia sujado, terminei de organizar tudo e subi para me deitar, como ele não estava ali embaixo, apaguei as luzes e fui em direção ao quarto de hospedes, dando de cara com ele no corredor

Luan: - Vai dormir no quarto de hospedes de novo? - ficou na minha frente impedindo minha passagem – Para de ser marrenta Laura, porque tanto birra hein? - perguntou já tenso

Lembrei do que minha sogra disse e tentei me controlar, mesmo estando puta da cara com ele, por ainda perguntar o porque de tudo isso, e para não ter mais brigas, somente voltei para nosso quarto e me enfiei debaixo do edredom, sem esperar por ele ou falar qualquer coisa, o deixando irritado, só pela cara que ele fez.

Luan apagou as luzes e deitou, ligou a TV do quarto baixinho, virei de costas pra ele e tentei dormir, mas o sono não vinha, e o pior de tudo era estar ao lado dele, sem ganhar um beijo ou um abraço, isso fazia meu coração apertar e a vontade de chorar era grande, mas daria esse gostinho pra ele. Luan teria que aprender a reconhecer seus erros, e deixar o orgulho de lado para me pedir desculpas, por mais que estivesse doendo dar esse gelo nele, eu não cederia, não dessa vez.

As horas passavam e eu não conseguia pegar no sono, sentia o olhar de Luan varias vezes sobre mim e tentava fingir que já havia dormido, depois de um tempo ele desligou a TV e se ajeitou na cama, percebi ele chegar mais perto e não me movi, minutos depois senti sua mão e minha cintura e me arrepiei, estava com saudades dele, de seu toque, mas não daria moleza, apenas retirei sua mão dali e me fastei, ouvindo ele bufar e virar pro outro lado, com certeza ficou bravo pela minha atitude, e mesmo com coração em pedaços por o ignorar, sabia que isso era preciso pra ele aprender.

…..

Acordei e senti uma peso sobre minha cintura, abri os olhos e encontrei Luan dormindo pesado de frente pra mim e seu braço repousava em minha cintura, durante a noite acabamos nessa posição e nem senti ele se aproximar, sorri pequeno ao lhe olhar, ele era lindo mesmo dormindo, com sua cara amassada, cabelos na testa e a boquinha entreaberta, Deus como eu o amava, e como era difícil ter que agir tão fria com ele, mas as palavras dele feriram me coração, e o fato de ele não reconhecer isso, me deixava ainda mais triste.

Me levantei sem o acordar, fui para o banheiro e fiz minhas higienes, ao ir para o closet vi sua mala no canto e lembrei que hoje mesmo depois do almoço, voltaríamos a rotina normal e sim, eu viajaria com ele, mesmo estando nessa situação, se ficássemos longe um do outro, as coisas só iriam piorar. Me troquei e abri sua mala, arrumaria ela primeiro e depois a minha. Fiquei nessa função por umas duas horas, não era fácil escolher as roupas que usaríamos por mais de uma semana na estrada, tinha que montar os look´s tanto para os shows, como entrevistas, gravações e nosso dia a dia. Depois de malas prontas e fechadas, arrumei nossa frasqueira, com shampoo, sabonete, cremes, perfumes, as pomadas de cabelo do Rafa, escova de dentes e todos esses trem, conferi a maleta de remédios também e enfim estava tudo pronto. Voltei para o quarto e Luan ainda dormia na mesma posição, olhei as horas no celular e já passavam das onze da manhã, desci para fazer nosso almoço e encontrei dona Salete nossa empregada já limpando a sala. Ela sempre vinha no dia em que saiamos de viajem e ficava até voltarmos.

Laura: - Bom dia dona Salete – fui a cumprimentar com um beijo

Salete: - Bom dia dona Laura – sorriu para mim – Achei que acordaria mais tarde, já ia pra cozinha fazer o almoço de vocês, viajam hoje né?

Laura: - Sim, depois do almoço – respondi – Mas não se preocupe com o almoço não, eu mesma vou fazer, Rafa ainda tá dormindo – sorri pra ela

Salete: - Tudo bem então, vou continuar limpando aqui, mas se precisar de ajuda é só me chamar – falou prestativa

Laura: - Pode deixar – falei indo para a cozinhar

Enquanto comia uma fruta, preparava nosso almoço, resolvi fazer algo simples, pois não tinha muito tempo, fiz arroz branco, descongelei o feijão e temperei, fritei bifes para nós três e fiz uma salada de tomate que sabia que Rafa adorava. Ao meio dia estava tudo pronto, subi para tomar um banho antes de almoçar, pensei em acordar Rafa, mas tive outra ideia, peguei seu celular e coloquei para despertar dali meia hora, quando eu já estivesse pronta.

Tomei banho e fui para o closet me arrumar, quando estava terminando ouvi o celular do Luan despertar, depois de minutos ouvi seus resmungos, voltei para o quarto e ele ia trombalhando e resmungando para o banheiro em fazendo rir, com certeza ficou bravo porque não o acordei, como sempre fazia. Peguei a roupa que tinha separado para ele no closet e deixei em cima da cama, terminei de me arrumar e desci com minha mala e depois a dele as deixando na sala. Um tempo depois Rafa desceu pronto.

Luan: - Bom dia - cumprimentou dona Salete

Salete: - Bom dia seu Luan – respondeu sorridente

Luan: - Bom dia amor – veio até mim com sorriso timido e e me deu um selinho inesperado, mas depois percebi que era porque Salete estava ali e ele não queria que ela soubesse da nossa briga.

Chamei dona Salete para almoçar conosco e Rafa conversava com ela sobre como foi os dias dela de folga e outras banalidades do dia a dia, as vezes eu comentava algo, mas me mantive mais calada. Depois de terminarmos ela pediu que eu não me preocupasse que ela cuidaria da louça e das comidas, sorri satisfeita e fui escovar os dentes, por que logo a van chegaria pra nos buscar

Luan: - Achei que não fosse viajar comigo – falou quando desci as escadas com minha bolsa de mão

Laura: - Achou errado – falei dando ombros e ele me fuzilou com o olhar

Luan: - Laura... - ele não terminou pois a van buzinou na frente de casamento

Laura: - Vamos, não quero atrasar você – disse pegando minha mala e indo em direção a porta, vi ele bufar e pegar sua mala me seguindo

___________________________________________

E nada de fazerem as pazes, um mais orgulhoso que  outro, e agora amores? Laura ta colocando Luan no Alaska de novo e ele da indicios que ta começando a se arrepender... será?

Comentarios passados respondidos! Bjos Lizi

 Obs: Desculpem pela falta de capitulo ontem, avisei no grupo, não tivemos tempo pra escrever, mas hoje vamos recompensar e tem capitulo extra!!!